Espaço de noticías, colunas de opnião e resenhas. Teremos convidados para colocarem suas ideias aqui.
Positivar Ideias construindo opniões com diversas idéias.
Por Tiago Azeviche
Minhas reflexões para construir as meta desse ano (2025) começou em 2024 o susto logo e me pegou quando fui diagnosticado com malária (conto mais sobre isso depois), momento desafiador que me inspiram para construir essas metas de agora também, desde novembro passado fiquei me perguntado quais serão as minhas metas para 2025, e em meio todas as dúvidas que um libriano pode ter consegui entender que não precisava de 25 metas para contemplar o ano todo, mas sim uma base boa para dar atenção e não perder o foco diante dessa ideia, consegui fechar então em 07 pontos emblemáticos para Positivar as Masculinidades em 2025 para você, para o outro e do outro para você nossa filosofia aqui é essa, são escolhas sérias para fortalecerem o Eu masculino e trabalhar planejamento para longevidade, ainda dá tempo de traçar metas e esqueça aqui não é papo de coach barato não, é sim uma orientação que vou seguir e acho importante socializar. Vamos lá !
1. Cuidar da Saúde Mental – Procurar um Psicólogo para iniciar uma terapia, dialogar sobre como pode evoluir nesse campos de saúde da cabeça, a mente que controla todo o resto até a energia espiritual se influencia pela sua mente.
2. Fazer analise da saúde o famoso checkup – A conselho Janeiro, Fevereiro e Março esse trimestre é o momento de procurar um médico clinico, para encaminhar exames de sangue, colesterol, avaliação cardíaca pois pelo histórico pessoas negras tem maior possibilidade de desenvolvimento de hipertensão, se você tem mais de 35 anos chegou a hora de ir ao urologista temos 2,5 mais possibilidade de ter câncer de próstata.
3. Se Organizar Financeiramente, muito dos problemas de relacionamento, autoestima passam por questões financeiras é importante avaliar como está seu planejamento em torno disso, Quanto gasta? Quanto ganha? Procure orientação para aprender sobre como organizar financeiramente, Como fazer reservas para o envelhecimento. Dica: avalie e estude sobre Poupanças x Investimentos. Eu tenho aprendido bastante dobre organização financeira com @granapreta no instagram, ela passa informações muito importantes que estão me fazendo virar a chave nesse quesito.
4. Fazer Atividades Físicas periodicamente, 2 a 4 vezes na semana é importante começar, começa por uma caminhada de 20 minutos no próprio bairro, tenta exercícios de calistenia, se inscreve numa academia, procura uma escola capoeira angola ou regional, boxe, opção não falta procura treinar algo você gosta, tem muitas opções propostas nas redes sociais e nas ruas. Vou deixar aqui pro você acompanhar Instituto Alabegdé de Capoeira Angola do mestre Valmir Damasceno .
5. Aprender a fazer sua alimentação café da manhã (aqui eu já sei muito) e almoço, para proporcionar a você e quem você divide os dias esse cuidado para também, rever se o que tem comido é realmente saudável, para mim essa é a maneira prática de ajudar na dinâmica da casa, tarefa desafiadora, uma amiga disse se faço comida para estou declarando que amo, começa organizando sua rotina que vai dar certo, acredito ser importante para autonomia e argumento pra se declarar para alguém
6. Dar um novo passo na sua qualificação profissional e intelectual, por mais mérito Qual o próximo passo na sua carreira profissional?, Como tem avaliado seus conhecimentos, o quanto eles estão lhe assegurando um futuro que lhe faça avançar?, De repente aproveitar esse ano, para um curso novo em sua área profissional, algum curso de idiomas, que teste e potencialize suas habilidades.
7. Essa é bem importante! Participe de nossas atividades do Positivar Masculinidades, nos orientar via experiências e reflexões de outros homens soma muito nessa luta para diminuir a toxidade que nos afeta e que transmitimos ao mundo, estamos buscando saídas e acredito que precisa ser a partir de nossas iniciativas, venha construir esses nossos caminho para pensar, fortalecer e formar mentalidades a fim de positivar as vivências com as masculinidades.
Assim desejo Feliz, Saudável, Prospero e Positivo 2025!, Agora é tempo de conquistar melhores lugares e condições na sociedade para nós homens negros, coletivamente podemos nos irmanar e agir em prol de um horizonte próspero, agora o que você pode fazer por você mesmo? Estamos só no inicio do ano podemos planejar mais e dar passo a novas iniciativas que vão agregar positivamente a jornada que é nossa vida.
De Nós para Nós, De Nós para o Outro, e de Todos para Nós!!
7 Pontos para Positivar as Masculinidades Por Tiago Azeviche
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Homem Preto, 38 anos, natural do reconcavo da Bahia, Idealizador do Positivar Masculinidades, Empresário criador da Realeza marca de moda masculina, Serigráfo, Graduando em gestão comercial, Padrinho de 11 afilhados.
“NEGROS (AS) MORREM PORQUE BRILHAM DEMAIS II”
Por Sérgio São Bernardo
Há alguns anos, escrevi um artigo com esse título, publicado no Jornal Atarde, em 01 de julho de 2009. Naquela ocasião, discutimos a invisibilização e a morte de lideranças negras que foram/são “executados” brutalmente, sem julgamento e que, posteriormente, foram/são reconhecidas após as suas mortes. Há um provérbio iorubano que diz “Iwa re ni o nse e” - teu caráter proferirá sentença contra ti! Esse é um dos sentidos do “Ìwa Pèlé” iorubano e que nos incentiva a praticar conceitos e experiências do justo entre nós! Dada a recente ocorrência envolvendo uma Ministra e um Ministro negros, este texto foi concebido para refletir sobre um tema que requer uma abertura para o diálogo de forma ampla e plural. Dessa forma, aviso que as propostas apresentadas podem ser aplicadas a diversas outras questões que envolvem a população negra no Brasil.
Vivemos num momento histórico em que a luta contra a violência contra as mulheres requer um grau de justeza que dispensa qualquer atitude que seja relativista desse direito. Não há subterfúgios e não há nenhuma insinuação para a não aplicação da lei que protege as mulheres no Brasil. Entendo que as organizações das mulheres negras são uma das poucas novidades no cenário político nas últimas décadas no Brasil. Aprendemos que “o que não é bom para o enxame não é bom para as abelhas”, e ai desse comunitarismo todo podemos extrair algo que nos inspire a pensar saídas para esse quadro que nos desafia?
Eis que me vejo abordando acontecimentos novos com sentimentos antigos! A questão é saber se estamos seguindo os nossos princípios e valores humanitários ou se estamos servindo a outros propósitos. Além do suposto erro de ter cometido assédio, o Ministro Silvio Almeida também cometeu outros erros ao menosprezar as leis da política, da nova esquerda, da composição do governo Lula e da ascensão da ultra direita. Do mesmo modo, a Ministra Anielle Franco acerta em não dar espaço à machocracia que diz que esse tipo de abuso não se deve enfrentar publicamente; por outro lado, erra pelos mesmos erros do Ministro. Ora, do modo que fez a denúncia, valorizada sobre os alcances e usos da sua coragem, até agora tudo fica a serviço dos incautos palacianos e dos venais fascistas que nos querem a todos nós que nos matemos! Precisamos aproveitar esse momento para nos ensinar algo!
Nos últimos anos criticamos a genealogia e os discursos ocidentais com as forças dicotômicas do ser homem e ser mulher e as suas diversidades sexuais e de gênero. Já que apostamos em múltiplas possibilidades subjetivas, que tal nos atrevermos a tematizar esse fato com as nossas experiências? Algo como confrontar os erros/acertos/omissões e colocarmos no cenário a responsabilidade coletiva e comunitária sobre o caso: “Um camelo não ri da corcova do outro” Senegâmbia e, até porque: “Mosquito é que pica o dono da casa onde mora”. Fazemos discursos liberais, abolicionistas, garantistas, libertacionistas, comunitaristas, mas a vingança punitivista está em nosso subconsciente coletivo, em nossas cosmogonias, mitologias e senso comum.
É inconcebível seguir princípios jurídico-filosóficos se não conseguirmos aplicá-los quando os casos nos visitam! Sabemos que tem pessoas que publicam coisas e praticam outras, ainda assim, exporei a minha opinião/pesquisa, arriscando ser incompreendido, mas nunca fugirei ao bom debate. Temos muitas referências/ensinamentos que fogem às respostas apressadas adotadas aos inúmeros casos de pessoas negras acusadas e criticadas de como exercem lugares de poder de Estado no Brasil. Somos corpos e ideias fora dos lugares, e isso por sí só nos explica, inclusive as nossas contradições e mazelas! O fato de uma organização da
sociedade civil ter divulgado e, consequentemente, antecipado o julgamento dos negros e das negras no poder causou-me estranheza. Poderia responder: “Questões de casa não se discutem na praça” – Zambézia – sobre a Privacidade, mas tudo é muito mais...
Todas as pessoas sabem que uma denúncia ou suspeita nas redes sociais é uma meia sentença. Sabemos que o julgamento e a condenação já aconteceram. Não se mata duas vezes: “O bode só se castra uma vez”, afro-cubano. A pessoa acusada e a pessoa acusadora não podem ficar expostas a isso! As regras foram definidas por nós? Reconhecemos isso em filmes e livros que tratam de multiculturalismos e pluralismos jurídicos, e achamos isso interessante. Mas e nós, aqui?
O QUE A JUSTIÇA “QUILOMBOLA E AFRO-AMERICANA” NOS ENSINA, PARA ALÉM DO BEM-VIVER?
Por que os princípios processuais mencionados no capítulo dos direitos fundamentais da Constituição da República, como o devido processo legal, o princípio da contradição, a ampla defesa, entre outros, não foram observados? Por que o recente Decreto 12.122/2024, promulgado pelo Presidente Lula, que trata do assédio na administração pública federal e exige um conjunto de procedimentos e regras para o seu tratamento não foi adotado ao caso? E se fossemos obrigados a adotar as nossas "justiças africanas", o que faríamos? Um debate permanente nos levará para a melhor forma de tratá-lo. Então, com as devidas considerações, lanço-me a apontar alguns ensinamentos/referências para uma possível abordagem dessas “africanias”.
Iniciaria com dois ensinamentos proverbiais: "converse com seu acusador antes de ir ao tribunal" e "A justiça começa em casa", ambas cultuadas por muitos povos africanos e em citações bíblicas, (Mateus 5:25) enfatizando a importância de resolver nossos conflitos entre nós, antes de buscarmos a lei e a justiça institucionalizada. Face à exposição de duas pessoas negras públicas, caberia um tratamento utilizando os ensinamentos da justiça comunitária? Seria saudável chamá-los para uma conversa com as suas comunidades e representações sociais? E as punições? Poderíamos pensar como os culpados deveriam ser punidos?
A dimensão da justiça comunitária, para alguns povos africanos e diaspóricos, está relacionada a valores e princípios, metafísicos, ontológicos, religiosos, sociais, sexuais e legais. Como é sempre lembrado por Keba M’Baye, é uma das respostas africanas ao mundo. Isto está presente, por exemplo, na Carta Africana dos Direitos Humanos. A garantia de uma vida comunitária como direito fundamental, sobretudo na diáspora (quilombolismo, palenques, etc.). Se isso for possível, as responsabilidades individuais das pessoas negras estariam plasmadas por nossa responsabilidade coletiva sobre a responsabilidade deles. Enfim, somos coletivamente culpados por tudo que aconteceu ali no Planalto.
O cumprimento das etapas do tempo como realizador de justiça é uma dimensão da nossa cosmoconcepção. É por isso que, quando se reivindica "o tempo razoável do processo”, o que se quer é a realização da verdadeira justiça. Bidima (1997) nos diz sobre a força e a sacralidade da palavra, como guardiã da justiça e que falar e calar são dimensões do uso coletivo da palavra. A expressão "palabre" se refere aos espaços de mediação de conflitos da comunidade, usados pelos mais velhos ou sábios. Podemos aplicar os ensinamentos proverbiais, como: "Quem atravessa o rio em bando não tem medo do crocodilo" – Zambézia ou "Quando duas pessoas enfrentam conflitos, uma terceira deve separá-las e servir de reconciliador" – Congo – sobre a vida comunitária e conciliação.
Fu-Kiau, um dos poucos filósofos que tratam do processo penal coletivo, preleciona: "Se alguém fez o bem, aprendeu na comunidade; se fez o mal, também aprendeu na comunidade". Ele demonstra que os valores africanos contemporâneos estão em desacordo com o que aprendemos no passado em nossas comunidades. Ele apresenta três variantes do
que seria um líder verdadeiro: Variante 1. Mfumu-dikânda Kalauka milongi katundi - um líder societal torna-se tolo se ele contorna o conselho do seu povo. Variante 2. Mfumu-dikanda kalauka bilesi katundidi - um líder da comunidade torna-se tolo se usurpa as prerrogativas do seu povo. Variante 3. Mfumu-dikanda kalauka yèmba katûmbudi - um líder da comunidade torna-se mentalmente doente se ele pretende destruir as instituições fundamentais do público. (FU-KIAU, 2011).
Para uma abertura em diversas e distintas leituras, podemos pôr em diálogo, Lélia Gonzalez, Severino Ngoenha (2011), Jean-Godefrov Bidima (2002) e Makota Valdina Pinto (2011) ao mencionarem a importância da Justiça comunitária e das nossas próprias experienciais humanitárias para buscarmos soluções aos nossos conflitos. Para a Makota Valdina, o ser humano e as forças ambientais são princípios que formam a complexa cosmologia do Bantu Congo, na qual o homem é percebido como um ser que vai e volta em torno do centro das forças vitais. Enfim, Nkisi é equilíbrio e justiça. Já Wiredu (2004), criticando Habermas, fala não haver nada de novo na sociedade da comunicação ideal, como espaço para tratar de conflitos e interesses, porquanto estaria reproduzindo apenas verdades antigas. A busca pelo consenso é, também, uma tradição africana e a democracia estimula a disputa e elimina supostas minorias. Ngoenha, fala da justiça costureira como construidora de coesão social.
Maat, a deusa da Verdade no Egito antigo, nos ensina como desenvolver a consciência do coração para compreender os níveis de responsabilidade em nossas ações. Há um Odu de Ifá, que diz: “Se o filho do rei nasce dentuço, não pode tomar emprestados os lábios do escravo para cobrir seus dentes”. Outra imensa categoria é essa mesma do Ubuntu. Uma força humanizadora da nossa existência no mundo, que pode ser usada para tratar conflitos e promover a harmonia. O Ubuntu é uma orientação que ensina a perdoar e a reconciliar, porque a restituição faz parte desse movimento milenar. Seria um desafio para o pensamento profissional africano e diaspórico não tentarmos praticar o que investigamos e nem tentarmos ver se servem aos nossos conflitos. Aqui valem as premissas da responsabilidade e da reciprocidade: “quem não pode com o pote, não pega na rudia".
Para concluir, pergunta-se: Qual é o motivo para condenar pessoas negras (em todos os níveis) e a quem isso interessa? Por que as decisões e as justificativas são sempre autoritárias e apressadas, em detrimento de pessoas brancas com iguais acusações? Sabemos que condenaram sumariamente a Ministra Matilde Ribeiro – 2008, o Ministro Orlando Silva - 2011, a Ministra Benedita da Silva -2004, o cantor Wilson Simonal, o líder da revolta da Chibata, João Cândido, etc. Observe que todas essas pessoas passaram por acusações e condenações vexatórias e brutais. Por isso, lhes caem bem os versos ético-jurídicos: “O chefe não ouve só por um ouvido”, - Congo ou “a chuva não cai num telhado só” – Congo - para enfatizar o princípio do contraditório e aquilo que diz respeito a todos. Precisamos saber por que pretos morrem! Pretos morrem porque brilham demais!
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PROFESSOR DA UNEB, ADVOGADO, CONFIRMADO PARA XANGÔ E OGÃ DE OYÁ.
'Homem-Aranha: Através do Aranhaverso' e a Revolução da Diversidade Racial em Hollywood
Por Paulo Rogério
O cinema é uma das formas mais poderosas de contar histórias e transmitir mensagens significativas para o mundo.
Ao longo dos anos, a indústria cinematográfica tem evoluído para refletir a diversidade da sociedade contemporânea, buscando representar diferentes grupos étnicos e culturais. Nesse contexto, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" emerge como mais um marco transformador na história do cinema americano, abordando questões de diversidade racial e oferecendo narrativas impactantes sobre a masculinidade negra, além de uma mensagem positiva para os jovens, em especial os afro-latinos.
A comunidade afro-latina tem ganhado cada vez mais visibilidade lá nos EUA, desempenhando um papel crucial no cenário sociocultural do país. Essa ascensão reflete a necessidade de uma maior representatividade e inclusão de diferentes identidades raciais na mídia e no entretenimento. "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" abraça essa realidade, apresentando Miles Morales, um adolescente afro-latino que se torna o novo Homem-Aranha.
A representatividade é um fator crucial na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. O cinema tem o poder de moldar percepções e influenciar atitudes, e é por isso que filmes como "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" são tão importantes. Ao trazer um protagonista afro-latino para o centro da narrativa, o filme oferece uma visão única da experiência de um jovem negro em um mundo repleto de super-heróis hegemônicos.
Desconstruindo estereótipos de masculinidade
Além de abordar questões de diversidade racial, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" também desconstrói estereótipos de masculinidade, oferecendo uma visão mais ampla do que significa ser um homem negro nos dias de hoje. O protagonista, Miles Morales, lida com desafios que vão além das habilidades físicas e se concentram em questões emocionais, desenvolvimento pessoal e responsabilidade social. Essa abordagem permite que os jovens negros se identifiquem e se inspirem em um modelo positivo de masculinidade.
O filme, portanto, transcende o entretenimento, trazendo uma mensagem poderosa e positiva para os jovens negros. Ao testemunhar Miles Morales enfrentar adversidades, superar desafios e descobrir seu próprio poder e potencial, os espectadores são incentivados a acreditar em si mesmos e em suas capacidades. "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" envia uma mensagem de esperança, encorajando os jovens negros a perseguirem seus sonhos, acreditarem em sua própria grandeza e se tornarem agentes de mudança em suas comunidades. Em tempos de criminalização e encarceramento em massa de jovens negros, esse tipo de mensagem é urgente e necessária.
O sucesso além das telas
O filme, além de dar contribuições para a representatividade e diversidade racial no cinema americano, conquistou um sucesso notável em termos de arrecadação, publicidade, branding e merchandising. A obra não apenas cativou o público com sua narrativa envolvente e personagens impactantes, mas também estabeleceu uma presença marcante no mercado, gerando resultados positivos em diversas áreas.
Desde seu lançamento, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" foi aclamado tanto pela crítica quanto pelo público, o que se refletiu em sua impressionante arrecadação nas bilheterias. O filme conseguiu ultrapassar as expectativas iniciais, arrecadando mais de $375 milhões mundialmente. Esse sucesso financeiro destaca o apelo do público por narrativas diversificadas e o desejo de ver histórias que representem diferentes grupos étnicos e culturais.
Publicidade impactante:
A estratégia de publicidade do filme foi fundamental para atrair um amplo público. Campanhas publicitárias inovadoras foram desenvolvidas, aproveitando diversas plataformas de mídia, incluindo trailers emocionantes lançados em cinemas, propagandas de TV, promoções nas redes sociais e parcerias estratégicas com marcas relevantes. Essas ações ajudaram a gerar um buzz significativo e a criar uma grande expectativa em torno do filme.
Outro aspecto importante do sucesso de "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" foi a sua estratégia de se estender além das telas e estabelecer um forte branding e presença no mercado. O filme aproveitou sua popularidade para lançar uma ampla variedade de produtos licenciados, incluindo brinquedos, roupas, acessórios e colecionáveis. Essa estratégia de merchandising bem-sucedida permitiu que os fãs se conectassem ainda mais com a narrativa e os seus personagens, além de expandir a presença da franquia em diferentes setores.
Impacto cultural duradouro:
O filme "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso" mostra que é possível fugir dos clichês e contar histórias autênticas. Gostaria muito de ver histórias brasileiras assim no cinema mundial. Com certeza das comunidades marginalizadas de Salvador, Rio ou Belém, há histórias inspiradoras de proporção global. A Coreia do Sul conseguiu emplacar seus Doramas, Nigéria está conseguindo levar sua Nollywood para o mundo. O que falta para o Brasil se colocar no palco do cinema global?.
Paulo Rogério Nunes é consultor em diversidade e inovação e autor do livro Oportunidades Invisíveis.
Publicitário de formado pela UCSAL, Fundador do Instituto de Mídia Étnica, também fundador e criador da aceleradora Vale doDendê, listado pelo MIPAD - Most People African Descendent- como 100 pessoas negras mais influentes em 2024.
A O-IM-POSIÇÃO DO MASCULINO E SUAS CONTRADIÇÕES COM A ALTERIDADE
Por Robenilson Barreto
Bem, quero dizer que produzir essa escrita não é uma tarefa fácil!
Trazer a público, a afirmação de que pertencemos a um lugar potencialmente adoecido na história da construção de “Ser/Existir Homem” nos coloca a prova, para um eterno devir a ser outra coisa que não essa que me foi dada.
Se permitir a repensar um lugar é uma nobre tarefa, uma tarefa um tanta quanto hercúlea, de poder olhar as nossas contradições e colocá-las a prova em nome de um bem maior.
Ao ser convidado a escrever na coluna “Masculinidade Positiva” para falar de um fenômeno chamado masculinidade que nos habita e nos assombra como constituinte de um lugar um tanto quanto traumático para dentro e para fora, me deparei com uma grande contradição:
Pode a masculinidade ser positiva numa sociedade onde a masculinidade se constrói no lugar hegemônico? Existe alguma possibilidade de pensar a masculinidade que não em um lugar de inteira contradição? Como falar de uma masculinidade positiva tendo me construído dentro de uma masculinidade que ameaça a existência de um outro a todo momento?
É nesse caminho que o Projeto “Masculinidade Positiva” nos convida a enfrentar nossas contradições, a descortinar as sombras submersas na instância do Masculino, a desnudar toda nossa existência como homem e repensar um outro homem ao longo de nossa existência. Um caminho que inicialmente nos assusta, mas em muito nos orgulha por fazer parte dessas des-construções.
Costumo dizer que, talvez, a melhor forma de lidar consigo e com o outro e compreender as nossas contradições no dia a dia. Podemos substituir a contradição por crises, neuroses, conflitos, complexidades... Veja bem, se a contradição é o grande engodo em nossas vidas, portanto, as formas como nos relacionamos com o mundo é certamente, um dos objetos centrais em nossas vidas. Nessa dimensão categórica de gênero sob a ótica do Masculino, posso compreender que a construção desse masculino só foi possível na relação com o feminino. Sim, o gênero nos parece uma grande invenção para reafirmar a existência de um outro. A alteridade aqui em contraposição a existência de um outrem. Assim também, as alteridades foram construídas na extensão de raça, classe, orientação sexual e sobretudo a de gênero.
A concepção de alteridade para psicanálise remonta a experiência vivida na Primeira Guerra Mundial, em que os homens viviam momentos de destruição do campo do outro, tentando aniquilar aquilo que emerge no outro de si. Ora, se a alteridade é uma formulação de si na condição de existência do outro, jamais poderei eu existir sem esse outro que me constitui. Esse é um dos princípios da contradição que edifica a dimensão da existência do masculino pelo feminino.
Ter sido criado por mulheres que trazem uma cosmovisão de mundo antagônica aos pressupostos do ocidente, me colocou em oposição ao lugar do masculino como uma posição de caráter fluído e transitório. A vivência e experiencia no mundo do candomblé junto aos Caboclos, Orixás e Voduns me ensinou que a materialidade do corpo é apenas um instrumento transitório ocupado por energias que transmuta a lógica binária do corpo em sua dimensão biológica. Lembro que no meu Ilê, sempre assumia as funções de cuidado transmitido pela minha mãe e madrinha. Essa vivência me trouxe um ensinamento, na prática: o masculino e o feminino (ao menos na cosmovisão dos povos de terreiro) são energias vitais e complementares para existência de um ser vivo nessa terra.
Para tanto, o que torna a existência do masculino é o feminino. Um dos mitos de criação da nação Iorubá que possibilitou a existência do céu e a terra é tomado por diferentes processos de identificação e referência para a existência desses povos. Igbá-odu (cabaça da criação) é representado pelo Orixá Odudua, princípio feminino, a metade inferior da cabaça, e Obatalá ou Oxalá, princípio masculino, a metade superior da cabeça. Esse princípio da criação do mundo nos torna menos onipotente e mais humano diante da minha existência como uma referência masculina que só é possível pelo feminino. Portanto, a contradição da vida está na O-Posição da alteridade da nossa existência.
O modelo de sociedade ocidental espalhados pelo mundo, juntamente com seus mitos de origem de identificação, criou uma noção de homem que parece carregar uma série de atributos e funções cujas referências estão balizadas nas relações de Im-Posição desse Masculino. Viver sob a ordem desse homem criado no mundo idealizado de que “...ser homem bastaria e que o mundo masculino tudo me daria do que quisesse ter...” tem nos colocado em um ponto cruzado.
Para conseguirmos nos Re-Posicionar nesse ponto cruzado, é preciso compreender que existe uma possibilidade, não sem renunciar à nossa Posição, não sem renunciar ao privilégio, não sem renunciar ao Masculino que engessa e endurece a nossa caminhada diante do que resta como uma única condição: existir em muitas possibilidades. Transitar, multiplicar e diversificar a construção e a concepção desse masculino, nos desobriga a carregar o fardo de uma Sobre-Posição das relações sobre o outro.
Certamente essa nos parece uma tarefa educativa que exige de toda uma sociedade a mudança de uma forma de existir mundo em nossas relações. Um outro modelo de sociedade que permita olhar para o masculino como múltiplas formas de Posicionar a uma forma de construir a ideia de masculinidade mais fluida, transitória e diversa
Psicólogo clínico e social. Psicanalista. Doutorando e Mestre em Psicologia Clínica e Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará (PPGP-UFPA).
Muitos Homens Pretos
As temáticas que contei que foram exploradas na jornada, seguiram e seguem pulsando fortemente em mim.
Por Bira Azevedo
Olá gente querida ai do outro lado. Aqui, Bira Azevedo. Me imagine ai: sou um homem negro de Salvador, mais exatamente do bairro de Cajazeiras 5. Lá cresci e lá me fiz gente. Tenho cabelos black power, que estão diminuindo aos poucos, muito por conta dos 40 anos que estão chegando no próximo mês de outubro. 1,74 cm, 85 quilos, óculos arredondados. Moro com meu companheiro há quatro anos. Prazer. Com frequência iremos nos encontrar por aqui e é bom ter ideia, imaginar com quem você estará tecendo reflexões, né? Como bom filho de Salvador, sou um cara bom de papo, filosofias e histórias. Nessa minha vocação, virei artista e educador, vivo das duas coisas até hoje e atualmente (nos últimos 12 anos, na verdade) moro em São Paulo.
Para a conversa de hoje, eu decidi compartilhar com vocês como e porque sou um dos homens aqui que colaboram com o Positivar Masculinidades. Para contar essa história, eu vou falar sobre algo poderoso que aconteceu no ano passado. Agora em setembro, faz exatamente um ano que realizamos em Salvador um evento chamado “Uma Jornada com 3 Homens Pretos: Trauma, Ritual e a Promessa do Monstruoso”. O encontro fazia parte de uma jornada que envolvia outras duas etapas fora do Brasil, uma que já havia acontecido dois meses antes, em Los Angeles, nos Estados Unidos e uma outra que ainda iria acontecer dali dois meses, em Gana, na África. Estávamos percorrendo uma diáspora ao contrário, tendo três homens pretos como orientadores desta jornada: O nigeriano Bayo Akomolafe, o guianês Orland Bishop e o estadunidense Resmaa Menakem. Cada um deles nos apresentava um das dimensões da jornada, cruzando a vivência com histórias, práticas corporais, conversas e processos coletivos, olhando com atenção, carinho e coragem para nós, para os homens pretos.
Resmaa nos aproximava da dimensão do trauma. A memória dos nossos corpos, que trazem sabedorias e traumas dos nossos ancestrais. Como acessar, praticar cura individual e coletiva para avançarmos? Não é uma cura somente individual porque a dor, o trauma também é coletivo. Como podemos nos curar coletivamente?
Orland nos fazia passear pela dimensão da ancestralidade, que convoca nossa sabedoria coletiva, nossos códigos, nossas espiritualidades, nossos saberes e valores de vida. Como podemos honrar e dar sequência a este legado? O que está sendo convocado de nós homens pretos que estamos aqui agora?
Bayo nos trazia uma constatação do presente e uma perspectiva para o futuro. Homens pretos hoje representam a figura da monstruosidade, do perigoso, do ameaçador. Homens pretos representados como os monstros do mundo. E sim, todo monstro em sua jornada, traz consigo uma promessa. Qual a promessa do monstruoso homem preto? Qual o nosso futuro? Qual a novidade, qual presente de vida os homens pretos podem trazer para a humanidade? Cada um de nós e todos nós.
Em Salvador começamos nossa vivência passando pela Pedra de Xangô, pelo Terreiro Ilé Áse ìyá Nassô Oka (Casa Branca) e pelo Quilombo Kaonge, em Cachoeira. Na sequência tivemos dois dias de eventos públicos, contando com uma sexta-feira exclusiva para homens pretos, com um profundo processo de trocas, reflexões, arte, cura e ritual, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM). Junto aos três homens pretos, estavam conosco os artistas Dão Black, Lucas Matos, Marcos Costa, Mauro Neri, Bira Monteiro, Gilberto Santiago, Léo de Jesus e um grupo de mais de 60 homens negros de diferentes idades, lugares, contextos sociais e orientações sexuais. No segundo dia, ampliando a conversa, chegaram também as mulheres negras e lá na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, aprendemos, dançamos, comemos e festejamos mais um dia. Tivemos as preciosas presenças de Ebomi Cici de Oxalá, as três mulheres pretas convidadas Carla Akotirene, Marizelha Lopes (Nega) e Valdecir Nascimento, e a artista e professora Marilza Oliveira. Terminamos o dia com os tambores do Ilê encerrando a jornada.
Ainda hoje sinto os ecos da potência daqueles dias em Salvador. Imagino que se, eventualmente, você leitor(a) participou também desta jornada, você compartilha comigo desta memória de dias onde as nossas conexões e potencialidades afloraram. Um ano depois, aqui neste texto rememorando e celebrando a jornada com vocês, me pergunto quais frutos são gerados e permanecem em nós em experiências como essa?
Para contextualizar os convidados estrangeiros em relação a realidade da população negra baiana e brasileira, realizamos um jantar com algumas pessoas de Salvador que estão inseridas nos debates e práticas relacionadas à raça. Entre os convidados estava Tiago Azeviche, criador do Positivar Masculinidades. E aqui eu volto para o ponto onde começamos, tecendo a teia desta história. MInha tarefa era coordenar a jornada no Brasil e por isso, alguns meses antes já estava procurando por homens negros que estivessem dialogando sobre as nossas masculinidades e negritudes. Nasceu a conexão com o Tiago. Esta relação vem sendo tecida desde então e agora conecta-se também com os caminhos de vocês.
As temáticas que contei que foram exploradas na jornada, seguiram e seguem pulsando fortemente em mim. Nas próximas oportunidades, nos próximos textos, vamos passear com um pouco mais de calma nesses diversos temas e perguntas, além de tantos outros que relacionam-se diretamente com a aventura de ser um corpo masculino preto neste mundo.
Axé pra nós.
Prazer em conectar.
Seguimos!
Bira Azevedo é um homem preto, baiano de Salvador, que vive em São Paulo há 12 anos. Cresceu no bairro de Cajazeiras 5, onde participou e atuou na Casa do Sol Pe. Luis Lintner. Foi estudante e ator do grupo de teatro do Liceu de Artes e Ofícios da Bahia. É licenciado em Teatro pela UFBA.. Ainda em Salvador também atuou no Centro Educacional Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce. Atua como educador com foco em formação para adultos, apresentador, mestre de cerimônias e roteirista. É co-fundador da Artéria Conexões Transformadores e é representante no Brasil da Partners for Youth Empowerment (PYE). Tem atuação de abrangência nacional e internacional, nos diversos setores, como empresas, organizações do terceiro setor e órgãos públicos.
MASCULIDADE NEGRA E AFETO
"A masculinidade, nesse sentido, não precisa ser sinônimo de isolamento emocional ou de competitividade constante;"
Por Richard Santos (Big)
A discussão sobre masculinidade tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente com a popularização do termo "masculinidade tóxica". Essa expressão, embora útil para identificar comportamentos prejudiciais associados à imposição de normas rígidas de gênero, também tem gerado um debate intenso sobre o que significa ser homem na sociedade contemporânea. É importante, no entanto, destacar que nem toda masculinidade pode ser rotulada como tóxica, especialmente quando olhamos para a diversidade de experiências masculinas, como a da masculinidade negra e as relações afetivas entre homens, pais e filhos, e amigos.
A masculinidade negra, em particular, carrega uma carga histórica e cultural única que muitas vezes é ignorada nas discussões mais amplas. Homens negros enfrentam historicamente uma série de desafios específicos, como o racismo e a estigmatização daí advinda, que reforça estereótipos de agressividade e violência. Esses estereótipos, por sua vez, dificultam a expressão de afetos e emoções, perpetuando a ideia de que a masculinidade negra é sinônimo de dureza e insensibilidade. No entanto, essa visão é reducionista e desumanizadora. Há inúmeros exemplos de homens negros que expressam uma masculinidade saudável e afetiva, seja no cuidado diário com seus filhos, no apoio emocional aos amigos ou na construção de comunidades que valorizam o respeito e o afeto. É deste prisma que sempre me questionei esta redução de que toda masculinidade seria tóxica. Não é.
As relações entre pais e filhos são um campo fértil para examinar como a masculinidade pode ser expressa de maneira não tóxica. Homens que assumem papéis de cuidado ativo com seus filhos, que mostram carinho e que estão emocionalmente presentes, desafiam a noção de que masculinidade é incompatível com a sensibilidade. Esse tipo de paternidade afetiva é essencial não apenas para o bem-estar das crianças, mas também para a desconstrução de normas de gênero rígidas que limitam tanto homens quanto mulheres.
A amizade entre homens também oferece uma perspectiva importante. Em muitas culturas, a expressão de afeto entre amigos do mesmo sexo ainda é vista com desconfiança, associada a uma suposta fragilidade ou perda de masculinidade. No entanto, quando homens se permitem demonstrar afeto e apoio emocional uns aos outros, criam laços mais fortes e uma rede de suporte que é crucial para a saúde mental e emocional. A masculinidade, nesse sentido, não precisa ser sinônimo de isolamento emocional ou de competitividade constante; ela pode ser vivida como uma experiência de parceria e solidariedade.
Para que essa visão mais ampla e saudável da masculinidade se torne predominante, é necessário que a afetividade masculina seja mais valorizada e disseminada socialmente, publicamente, insisto. Isso significa desafiar os estereótipos que ainda permeiam as representações de homens, em especial os negros, na mídia, na educação e nas relações interpessoais. Um mundo onde a afetividade entre gêneros variados é mais aceita e incentivada tende a ser mais harmonioso, pois permite que todos — homens, mulheres e pessoas não-binárias — se expressem de maneira plena e autêntica, sem as amarras de normas de gênero limitantes.
Promover uma masculinidade que valoriza o afeto e a empatia é um passo crucial para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, onde a diversidade de experiências de gênero possa florescer sem preconceitos ou limitações. Assim, a verdadeira essência da masculinidade pode ser resgatada, não como uma fonte de opressão, mas como uma força que contribui para o bem-estar coletivo.
UBUNTU!
Professor Richard Santos (Big) é escritor, pesquisador, docente e extensionista da Universidade Federal do Sul da Bahia. Tem uma carreira pregressa como artista/ativista multimídia, conhecido como Big Richard.
Atuou por mais de 20 anos como repórter, apresentador e produtor em emissoras comerciais e públicas de televisão.
Autor dos livros Maioria Invisibilizada; Branquitude e Televisão; Mídia, Colonialismo e Imperialismo Cutural.
O HOMEM NÃO É O HOMEM
Hoje, somos o homem, ou espectro da ideia do HOMEM/CAPITAL. Sim, talvez a ideia de homem que nos acompanha agora seja somente o HOMEM que serve ao nosso tempo
por Nando Zâmbia
Senhoras e senhores, navegantes, internautas, curiosas e curiosos, aqui quem vos fala é Nando, que também é Luiz, Fernando, Zâmbia, Luzinho, Luizinho, Legbarinan... Permanecerei nos nomes e apelidos carinhosos, e só depois que tomarmos intimidade eu apresentarei os apelidos jocosos, aqueles que eu não ligava (ou fingia que não ligava) e que custaram caro para a autoestima. Mas isso será assunto para outra oportunidade, o que importa agora é que estamos aqui, um diante de uma partícula do outro; parte de mim está prestes a desabrochar e eu espero que nos conectemos.
Tecer palavras, frases e caminhos para, diante do outro, cumprir a tarefa de POSITIVAR A MASCULINIDADE é um desenho complexo e cheio de desafios. Certo de que não darei conta de tudo, pois existem centenas de MASCULINIDADES possíveis, me preparo e te alerto de que os pensamentos aqui compartilhados são resultados das reflexões de um homem negro, não retinto, filho de São Paulo e adotado por Alagoinhas, ator e iluminador formado pela Universidade Federal da Bahia, que já rodou pelo mundo indo de Araçás à Grécia, candomblecista e filho de Exú, produtor e realizador cultural, cria de Dona Rosa e Seu Justino. É desse homem, desses quarenta anos de existência, dos quais muitos estão contaminados pelas concretas linhas do machismo, misoginia, patriarcado e todas essas coisas que não conseguimos tocar, mas que nos atravessam, nos forjam e nos impõem compulsoriedades que nosso consciente não percebe, logo, não conseguimos combater.
Certa feita, um amigo, o querido e talentoso Dominique Faislon, me convidou para criarmos um espetáculo, com direito a grupo de estudo, debate e bate-papo com homens para falarmos de NOVAS MASCULINIDADES. Esse espetáculo teria a direção de Onisajé, afinal, assim seria “perfeito”: dois homens, um grupo de estudo e uma mulher dirigindo, quase uma redenção para esse “fardo” que nos cai sobre os ombros, o de sermos HOMENS. Mas ao fim e ao cabo, não estreamos nenhum espetáculo com esse tema, não criamos nenhum grupo com esse assunto, nem no WhatsApp, não pedimos apoio ao “Alô Pãozinho”, o maior patrocinador de teatro da Bahia, muitas vezes o único.
Desse convite ficou tanta coisa, afinal “de tudo fica um pouco” como diria Drumond. Por um lado, ficaram as provocações e vontade de refletir sobre o assunto, mas, por outro lado, a certeza de que eu não estava pronto para falar de tudo isso. Entraria eu no foco de uma discussão: homens se encontrando para falar mal de nós, das dores, das toxidades, das lambanças que fizemos com companheiras, amigas, mães, irmãs, colegas de trabalho, paqueras... ao longo da vida... seria um martírio. Com a falta de maturidade, possivelmente, seria muito sedutor e fácil falar a partir do feminismo, apenas concordando, mas, sobretudo, fugindo das reflexões sobre nós, homens. Ali eu não me sentia pronto (nem sei se já estou), além disso acho que o trabalho fácil precisa ser combatido.
Com o tempo, percebi que homens não precisam e nem devem falar sobre e a partir dos feminismos e mulheridades, mas sim, antes disso, se deterem sobre o machismo, o patriarcado e a misoginia a partir da forma como isso os afetam. Bem como, também acredito que héteros precisam entender a heteronormatividade e os brancos a branquitude, refletindo sobre como esses conjuntos de ideias perfazem uma leitura deturpada de mundo, leitura essa que retira deles também a chance de experienciar um outro nível de humanidade. Mas deixemos a especificidades para outro texto, óbvio, se você voltar aqui para seguirmos conversando. Hoje, nossa pauta é MASCULINIDADES.
Começo essa jornada com vocês mais maduro, e antes de qualquer expectativa sobre resoluções, não se trata de reeducar o mundo, mas entender quem sou eu nesse rolê que tem prazo para terminar. Aqui, sabemos de onde partimos, mas sem noção de onde chegaremos, então é bom começar de vez, né?
Nessa conexão que agora nos acolhe, proponho “POSITIVAR AS MASCULINIDADES” não através do combate ao homem Nando, Luiz, Luzinho, Legbarinan, Zâmbia... mas trazer para a roda dessa conversa o combate à “IDEIA DE HOMEM”. Não podemos isentar nenhum homem das suas responsabilidades, mas algo maior se impõe e é necessário entender: O HOMEM NÃO É O HOMEM, O HOMEM É UMA IDEIA! O Homem é a compilação de milhares de ideias e ideais postos ao longo de séculos, milênios, que mudou ao longo do tempo, das regiões, dos continentes, das culturas, mas se perpetuou entre gerações. Ele/nós é/somos o resultante de uma série de sobreposições de ideais que forjam a personalidade, o inconsciente, a subjetividade, a ética e tudo que envolve ser e sentir ser homem.
Hoje, somos o homem, ou espectro da ideia do HOMEM/CAPITAL. Sim, talvez a ideia de homem que nos acompanha agora seja somente o HOMEM que serve ao nosso tempo, mas, calma, nós temos resquícios de todos os outros, ou seja, o Homem de hoje pode ser a MATRIX de todos que já passaram por aqui e deixaram uma herança que comunga da violência, superioridade e opressão.
Facilmente, a história nos contará que em todas as civilizações a figura masculina preponderava sobre todas as outras, sobre tudo aquilo que não era “o homem”. A “ideia de homem” sempre afirmou que biologicamente somos mais fortes, que intelectualmente somos mais inteligentes, que culturalmente somos detentores dos saberes e costumes das civilizações, mas quase esquecemos de quem contou, quem registrou a história, quase esquecemos do esforço feito para que tudo tivesse somente uma versão.
Isso cria uma moldura para as angústias que hoje estamos vivenciando, chego a afirmar que nenhum homem, em sã consciência, faria a escolha de ser homem. Intuo que o macho forjado como uma pizza família dividida em quatro sabores - violência, opressão, insensibilidade e crueldade - mata a si mesmo antes de agredir o mundo. Seria desumano relativizar a violência que explode do machismo, patriarcado, misoginia, homofobia, mas além dessa violência tem uma que antecede, uma que machuca seu próprio corpo, mente e existência. A “ideia de homem” violenta, estraçalha, deforma o afeto, o sentir, o desejar masculino, ela impõe uma sensação de “homem universal”, que não tem o direito de fraquejar, chorar, demonstrar carinho ou amor; ela enforca a nossa existência, na qual o exercício de poder herdado desse amontoado de ideias e ideais se coloca como única forma de enxergar a vida. Andamos mortos em torno da nossa enfermidade transgeracional, assustados em passar o legado que recebemos com ainda mais concretude, sentença que nos afunda antes mesmo de transbordar. Nosso futuro será ainda mais cruel do que fomos?
Com a correnteza que alarga as margens de nossas discussões posta acima, entendo que fugir dessas compulsoriedades, dessa idealização, pode ser revolucionário. Entender o que cada um é dentro dessa viagem chamada existência é tão forte quanto necessário. Facilmente, podemos lançar mão de negar sermos homens ou sermos o famigerado HOMEM FEMINISTA (quando esse surge dá até vergonha). Combater não o homem, mas a ideia que ele representa pode abrir espaço para novos caminhos de se ver, se conectar, de existir. Não estamos livres do machismo, patriarcado, misoginia, são séculos de propagação desse marketing. A rede social do MACHO é uma das mais visitadas e compartilhadas, e cabe a nós denunciar suas postagens, cancelar sua atuação e retirar de circulação tantas Fake News sobre supremacia.
Nando Zâmbia
Ator, diretor, iluminador, gestor e produtor negro, Nando Zâmbia é formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), no B rasil, com intercâmbio acadêmico na Universidade de Évora (UE), em Portugal. Iniciou sua carreira no Centro Integrado Luiz Navarro de Brito, em 1999, escola pública no município de Alagoinhas, até ingressar no NATA – NÚCLEO AFROBRASILEIRO DE TEATRO DE ALAGOINHAS. Com o seu primeiro solo intitulado “Irumalé Ayê”, se apresentou em alguns países da Europa, como Portugal, Grécia, Itália e Alemanha. Como ator, atuou em vários espetáculos, sido indicado como ator revelação no Prêmio Braskem 2010 (“Dois Perdidos Numa Noite Suja”). Atualmente se divide entre atuar, dirigir, iluminar, produzir, gestão pública e pesquisa sobre temas étnico raciais.
A percepção de que ter pai presente é importante para construção de um homem.
por Tiago Azeviche
Descobri a necessidade paterna muito tarde, nunca tive coragem de cobrar pelo o porquê dele não estar em nada além do nome do documento, se me perguntam o nome até esqueço só lembro do apelido, desde criança convivi com a ideia de aceitar essa coisa de não saber sobre meu pai, não lembro em que idade soube dele mas lembro quando minha mãe contou a história na integra sobre quem era ele, a convivência familiar não me dava oportunidade de perguntar, houveram diversas distrações, não fazia falta aparente e a capacidade de minha mãe em suprir esse buraco foi incrível até um tempo.
Na escola nessa semana (antes da final de semana do dia dos pais) vivia entre comparativos sobre força e da importância de profissões, todos eram os melhores homens do mundo e isso era o que se fazia importante para falar em público, no alfa e 1º série não falava nada, mas já na 2º série eu mentia, cheguei a dizer que meu pai era bancário que na verdade era o meu padrinho que morreu quando eu ainda era pequeno e mesclava ele ao pai dos meus primos que tinha o mesmo nome e por conta das características físicas achava vantajoso me “gabar” assim, fui criando uma figura paterna mítica para mim.
Sempre que falava sobre pai eu saía pela tangente e um buraco gigante silencioso se abria, lembro que na sexta tinha a festinha eu sempre faltava aula sem precisar justificar, em casa minha mãe nem nos acordava.
Por questões religiosas, tive a oportunidade de escolher um Padrinho que fez seu papel Tio Vado fomos parças até a sua morte mas esse é outro capítulo, ele passou estar cada dia mais próximo, nós tínhamos uma relação muito boa ele me dizia que eu era seu filho mais velho, ele marido da minha madrinha tínhamos uma relação de amor e amizade enorme, mas no fundo sentia falta de um pai.
Aos 14/15 tive a oportunidade de jogar basquete e me fez estar em convivência direta com outras famílias, e nessa oportunidade pude ver pais de maneira presente com seu filhos desde os colegas, aos atletas adultos com seus filhos na arquibancada, até os próprios Pais de outro, havia um com o apelido de “Biscoito e o pai era chamado pela galera do time de Seu Broa”, daí nesse espaço pude notar quanto a falta da presença paterna me impactava e sobre essa importância, sentia falta de alguém na arquibancada, me apoiando, vindo e indo comigo com afinco, com uma sintonia de pai, Eu não era dos melhores jogadores mas com certeza pra quem teve fez muita diferença.
Projetei em meu Padrinho Vado e tive boa resposta, em meus técnicos, em professores, em um chefe meu Sr. Júlio o único chefe negro em meu primeiro trabalho como menor aprendiz, até em vizinho, em irmão do terreiro que até chamei assim, projetei mesmo a figura de pai sem saber, Eu era perdido nesse sentido, e com muitos rivalizei, me decepcionei, com alguns briguei, em todos vi pontos falhos e agradecia por não ter pai presente, não conseguia mais deixar alguém do sexo masculino exercer influência total sobre mim, fui um problema na infância e na adolescência.
E só compreendendo a importância através da espiritualidade e orixás do candomblé na minha vida que posso afirmar que foi meu alento nessa falta, aos 16 conheci o genitor que duvidou sua paternidade em minha cara, quando minha mãe me levou para conhece-lo foi um dia triste a única vez que vi um avô meu e pude ouvir a voz dele, depois dessa só o vi quando tinha ódio em meu coração aos 19 no enterro de uma tia irmã dele, depois aos 21 e 25 o dia que vi ele assustado pela minha presença e com os olhos cheio de lágrimas por eu não ser agressivo lembro de ter pedido “a bença” e dito a ele de bate pronto que no final do dia eu iria embora, daí depois aos 27 que foi nossa mais longa e duradoura conversa que tivemos ele nos levou até Santiago, contou piada, sorriu e serviu comida, aquela foi a única vez que sorrimos um pro outro.
Antes de findar o desabafo, reafirmo aqui que fui indicado pela espiritualidade o caboclo mandou que fosse até ele e seis meses depois desse encontro ele faleceu, de lá pra cá venho analisando com o avançar da vida o quanto essa não vivência impactou meu humor, minha cognição enquanto criança, todos os medos que não me fizeram avançar, e vários outros impactos que essa ausência me causou.
Eu poderia não mexer mais nisso, e mesmo fugindo disso na terapia, aprendi a falar sobre, o quanto minha criança sentia falta de comemorar o dia dos pais tentei chamar minha mãe de Pãe mas não dá, resolvi aceitar o processo e abraçar minhas revoltas me faz hoje compreender que pude vencer e avançar sem mais me abater por essa falta, sou padrinho de várias crianças alguns hoje já adultos e sei que para executar essa função é importante presença de verdade.
Deixo aqui um relato de um homem que aos 30 trinta poucos anos resolveu reconhecer essa falta, que mesmo não deixando impactar confesso que foi muito pesado em alguns momentos, e memória das vivências provam a importância da figura paterna, agora pude superar e dribla todo e qualquer fantasma em torno disso.
Hoje acho importante alertar que se vc tem filho participe!, registre a criança dê nome e suporte real, e veja como legalizar a pensão, quando vc pega, mas além de tudo seja o porto seguro, esteja do lado de fora do campo ou da quadra, seu papel é fundamental.
Nos últimos cinco anos aprendi a interpretar essa dor e mesmo sobrevivendo, só aqui entendi que nunca tinha festejado o dia dos pais me faltava entendimento dessa falta, que com certeza seria sanada se meu pai fosse uma vez em minha direção, festejo hoje a minha resiliência e cada superação que tenho com essa falta em silêncio que sano essa dor falando aqui, perdoe seu pai e seja presente pra seu filho.
Tiago Azeviche
Homem Preto, 38 anos, natural do reconcavo da Bahia, Idealizador do Positivar Masculinidades, Empresário criador da Realeza marca de moda masculina, Serigráfo, Graduando em gestão comercial, Padrinho de 11 afilhados.
Digai Masculinidades 3 Quem é o Homem Negro?
Bate papo com Prof. Osmundo Pinho, Nilton Luz Militante rede afro LGBT e Roger Cipó Fotográfo e Influencer, tendo premiere em Salvador do documentário O Silêncio dos Homens.
Nesta 3º (terceira) edição o foco foi se debruçar sobre a masculinidade negra como convidado uma das maiores autoridades sobre o tema Prof Osmundo Pinho que ao longo do tempo vem pesquisando e escrevendo e ajudando a traduzir o homem negro nesse lugar
Iniciando sua intervenção ele :
" Será que homem negro é homem ?"
trazendo a reflexão Franz Fanon no livro Peles Negras Mascáras Brancas, onde o psiquiatra martinicano traz essa reflexão.
Com reforço Pinho traz o homem negro exerce mesmo o papel do homem na sociedade brasileira?.
Para Nilton Luz Economista e Militante da causa LGBT considera: que os homens gays, bis e homens trans negros estar na roda onde se discute masculinidades negras, nossa comunidade deve ser chamada aos debates pois vivenciam violências similares por cor, origem e orientção sexual.
" Garantir nossa voz e vidas é essencial nesse debate ! "
Nilton Luz ressalta que as pautas e participação da comunidade LGBT seja prática continua no Digaí Masculinidades, é preciso tomar conhecimentos de questões comuns aos homens negros, é negado a todos a humanidade, salientou também a ida de rodas em bairros periféricos com pessoas do bairro em lugares onse seja comum a maioria de presença masculina.
Roger Cipó, Fotografo, Influencer e Criador do Troca-Troca roda de dialogo sobre masculinidades em São Paulo, conta a sua trajetória de vivências na capoeira , ele também é ogã.
Com atuação na ativa nas redes sociais, Cipó fala sobre religiosidade, preservação da vida dos jovens negros e veio ganho destaque por escrever e ter videos relacionados a masculinidades negras, com muito destaque e visualizações.
"Minha ação principal hoje é falar sobre nós, Precisamos garantir que nossos jovens permaneçam vivos e nós homens adultos sejam humanizados nas nuances gerais de suas vivências."
Também aconteceu como premier do video documentário o Silêncio dos Homens, evento com ampla participação de homens negros e bom debates.
Realizado com apoio do Odara Instituto da Mulher Negra, Secretaria Estadual de Politica para Mulheres Bahia.
Digaí Masculinidades 2 Do Mercado de Trabalho ao Empreendedorismo.
Nossa 2ª edção do bate papo aconteceu na Vale do Dendê na Estação da Lapa, tendo como participantes José Boaventura Presidente dos Sindvigilantes, Renato Carneiro empresário proprietário da Katuka Africanidades, Marcos Casaes Empresário no ramos de automação e Paulo Rogério empresário e Ceo da aceleradora Vale do Dendê.
Trouxeram para a arena olhares da participação de homens negros de origens diversas no mundo do trabalho, com suas trajetórias marcadas pela entrada no mercado de trabalho ainda jovens.
Destacado por Jose Boaventura a frente do Sindicato dos empregados de empresas de segurança e vigilância do estado da Bahia - Sindvigilantes, o qual tem filiados 96% de homens negros com todos seus estigmas.
Boaventura traz a tona, a controvérsia entre ser profissional de segurança e homem negro, que tem uma construção forjada com visão militar o que composto por individuo de comportamento autoritário frio e violento que também reproduz preconceitos que sofre.
"95% dos filiados, São homens negros, que ser vigilante foi a única proposta de trabalho."
Travar a porta dos bancos demonstra a importância da formação analisando o lado racial e o profissinal que está ali defendendo a segurança individual e coletiva, e seu trabalho que depende de bom desempenho para garantir continuidade.
Para Paulo Rogério destaca o ineditismo do evento e da importância da marca já no inicio trabalhar pauta tão importante.
Com origem do subúrbio da cidade fala também sobre as diversas questões que são negadas aos homens espaço para refletir seus sentimentos pois ainda é dado como fragilidade, e ao não poder discorrer sobre questões pessoais os padrões socias machistas acabam por serem reproduzidos.
"é importante que nós homens negros reflitamos o nosso tempo apresentar ao mundo novas práticas e o Digaí masculinidades é importante nesse destaque"
Por quê e para quê estamos fazendo esse encontro?
Com essa pergunta iniciou sua intervenção o militante e empresário Renato Carneiro, que fez esse questinamento para alertar a importância de que essa iniciativa tem que para que os homens negro respondam a si e não que construam respostas aos movimentos de mulheres negras.
Do Digaí Masculinidades 1º Edição - Lançamento do Projeto.
O que é Masculinidade?
Seguido por desfile dos modelos do projeto Jovens Periféricos com a marca Realeza.
A abertura iniciou com a apresentação exclusiva do filme curta Ensaio Sobre a Ausência/2019 dirigido pelo diretor David Aynan.
Que relata uma relação familiar onde o pai vive longe do filho por conta das dificuldades financeiras, que pai passa em outras cidades, e se esforça para manter o dialógo e presença mesmo longe.
Personagem é um homem negro, rasta que recebe muitas criticas da mãe da criança, na qual ele dialoga com amigos algumas questões vividas, o filme se passa e é gravo Cachoeira/ Bahia cidade onde o personagem estuda também .
O debate : o Que é Masculinidade ?
Dialogo muito rico, com visões diversas amplas sobre masculinidades, Prof. Julio Cerqueira, relata sobre suas experiência como mestrando na UFRB, onde ele reuni com homens de diversas idades que dialogam as construções de seus afetos.
Ele destaca a participação de senhores de idade que relatam essaformas diversas que manifestam com a familia e amigos, de maneira onde não são fortalecidos o status quo de sensivel ou de exemplar por não manifestarem seus com toques ou abraços e palavras e sim com atos de serviços de força.
Conciliação da de visões dos estudos sóciologicos e as práticas do Sociólogo Frank Ribeiro educador no projeto corra pro abraço conta sua experiência com homens jovens e adolescentes nas ruas de Salvador, sendo maioria de homens adultos negros largados a própria sorte nas ruas da cidade se não houvesse essa politica pública.
Também revela a importância do programa como auxilio no dialógo como pessoas em areas deflagradas da cidades tendo auxiloo e orietanção quanto ao abuso e uso de drogas, também em cena de uso com oficinas de diversas expressões artisticas afim de assistir e educar em outros campos da vida, como educação sexual, retirada de documentos, orientaçãos a moradia e volta aos estudos formais, para incersão no mercado de trabalho.